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Cientistas buscam entender os segredos da superaudição

Pesquisa analisa os atalhos necessários para aumentar a capacidade auditiva humana

Um dia as pessoas talvez possam ouvir sons teoricamente inaudíveis. Experimentos sugerem que simplesmente vibrar os ossos do ouvido pode criar atalhos para os sons entrarem no cérebro, aumentando assim a capacidade auditiva.

A maioria das pessoas consegue ouvir sons na faixa de 20 hertz (Hz) a 20 kilohertz (kHz). “Um som de 20 kHz se parece com o zunido de mosquito e um de 20 Hz seria o equivalente ao som de um baixo se você ficasse ao lado dele durante um concerto de jazz”, explicou Michael Qin, pesquisador sênior do Laboratório de Pesquisa Médica Submarina Naval, nos Estados Unidos.

Em algumas circunstâncias, o ouvido humano consegue ouvir sons fora deste espectro. Por exemplo: mergulhadores embaixo d’água conseguem detectar sons de até 100 kHz segundo experimentos feitos por Qin. Não é claro, no entanto, por que a um aumento da audição embaixo d’água, mas pode ser devido ao fato de os sons viajarem diretamente dos ossos para o cérebro, segundo Qin.
Na audição normal, as ondas de som viajam pelo ar ou pela água, entram nos canais do ouvido e chegam ao tímpano, fazendo-o vibrar.

O tímpano está conectado a três pequenos ossos chamados popularmente de martelo, bigorna e estribo devido aos seus formatos. Ao vibrar, os ossos empurram uma estrutura recheada de fluido chamada cóclea. Com um formato que lembra um pequeno caracol, a cóclea tem pequenos pelos que traduzem as ondas de pressão em sinais nervosos que são então enviados ao cérebro e interpretados como sons.

“Se você pensar no sistema auditivo como uma longa cadeia de eventos, há diversos momentos como na condução óssea e na audição embaixo d’água em que esta cadeia de eventos pode ser pulada”, afirmou Qin.

A condução óssea, por exemplo, ocorre quando sons de alta frequência estimulam os ossos do ouvido e enviam sinais para o cérebro sem ativar o tímpano. Esta é a forma pela qual algumas espécies de baleias ouvem debaixo d’água.

“O ponto central do nosso trabalho é entender como a audição embaixo d’água e a condução óssea funciona e determinar se elas possuem o mesmo mecanismo”, explicou Qin.

Por outro lado certas frequências ultrassônicas podem estimular o fluido da cóclea diretamente. “Seria como bater uma chave de boca contra um tanque dá água. O fluido começaria a oscilar”, completou ele.

Atualmente Qin e sua equipe estão estudando quais ossos são os mais sensíveis a vibrações supersônicas. Mas será que a pesquisa pode, um dia, dar uma superaudição aos humanos? Qin não fala diretamente sobre o tema, mas, para ele “esta é a grande importância da ciência básica. Ela faz com que você descubra como as coisas funcionam e você pode buscar utilizá-la em diversas aplicações”.

Fonte: Portal IG

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